NOVIDADES NO TRATAMENTO PARA ANEMIA
Em Salvador um novo tratamento de anemia falciforme
avança
Rivânia Nasc REPÓRTER
Publicada em 13/01/2012 22:47:11
Pacientes com necroses ósseas, úlceras de perna e alterações
oculares, decorrentes da anemia falciforme poderão ser beneficiados ainda este
ano com o tratamento de células-tronco desenvolvido pelo pesquisador
Gildásio Daltro, do grupo de pesquisas Terapias Celulares em Anemia Falciforme
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia(Ufba). A
técnica utilizada pelo médico já beneficiou 68 pacientes com alterações ósseas provocadas pela anemia
falciforme.
O tratamento com células tronco é feito na fase inicial das tensões osteoarticulares no ambulatório Magalhães Neto, localizado no Complexo do Hospital das Clínicas, no Canela. De acordo com o ortopedista o trabalho desenvolvido ao longo desses cinco anos no ambulatório tem sido bastante promissor com 90% de bons resultados com a técnica. O paciente é tratado em todos os níveis de atenção à saúde com assistência clínica, medicamentos e quando necessário os especialistas são solicitados para realizar as cirurgias.
Após a publicação de cinco artigos científicos sobre o tema, o
médico diz que tudo está caminhando para que o núcleo avance nas pesquisas. “Nós estamos recebendo
todo apoio do Ministério da Saúde e no decorrer deste ano é bem provável
que passemos a atender pacientes com outros tipos de problema de saúde
provocados pela anemia falciforme”, afirma.
Para isso, estão sendo feito levantamento de todas as pessoas que
apresentam o quadro da anemia na capital baiana e a prevençãopara
aqueles que estão fase inicial da doença, com tratamento para evitar o avanço
da doença. Ainda segundo o médico, a pesquisa foi desenvolvida na Bahia devido
ao grande número de afrodescendentes. Atualmente, 10% da população de Salvador
sofre com o problema, e entre 50 a 60% dos casos, os pacientes apresentam
lesões nos ossos.
Técnica - A técnica de
terapia celular para as necroses ósseas consiste no transplante autólogo de
medula óssea para as necroses ósseas, ou seja, retirada da medula óssea do osso
ilíaco (bacia), tratada, reparada e selecionada para posteriormente serem
injetadas no osso lesado.
Transplante - Para o transplante,
é retirada uma quantidade de célula-tronco do paciente. O material que será
usado é separado em uma máquina, o que leva cerca de 40 minutos, depois é
aplicado no local lesionado. Após a cirurgia, o paciente passa por avaliação
médica a cada quatro meses. A célula-tronco tem o potencial de autorrenovação,
o que possibilita a reconstrução de tecidos danificados.
Doença - A anemia
falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos e atinge
principalmente a população afrodescente. A doença é caracterizada pela
alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma
foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e
rompem-se mais facilmente, causando anemia. A hemoglobina, que transporta o
oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos
os órgãos do corpo. No Brasil, representam cerca de 8% dos negros, mas devido à
intensa miscigenação historicamente ocorrida no país, pode ser observada também
em pessoas de raça branca ou parda.
Principais sintomas
Anemia crônica-causada pela rápida destruição dos glóbulos vermelhos.
Icterícia-cor amarelada na pele e mais visível no branco dos olhos.
Isso, na doença falciforme, não significa hepatite e não é contagioso.
Síndrome mão e pé-inchaços muito dolorosos na região dos punhos e
tornozelos. São mais frequentes até os dois anos de idade
Crises dolorosas - principalmente em ossos, músculos e
articulações.
Onde cuidar
Pacientes com
anemia falciforme, que quiserem participar da pesquisas, podem procurar o
Hospital das Clínicas no Ambulatório Magalhães Neto, no Canela, todas as
sextas-feiras onde serão encaminhados para a especialidade pertinente.
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